Sigla de um dos Fundamentos primordiais do Universo BDSM que é um jogo de gente grande... mesa de cacife alto... alto demais para a maioria. E na busca de mais emoção e intensidade, corremos riscos inerentes a atividades de impacto. É como num jogo de futebol, onde ninguém entra com a intenção de machucar ou de sair machucado... mas as vezes acontece. O jogador entra em campo para jogar, sabendo dos riscos de sair de maca... e no BDSM não é diferente.
Daí a extrema necessidade de se ter o conceito do S.S.C. bem claro e enraizado na mente, pois é a partir dele que tudo fica viável dentro do BDSM e ao parar para pensar bem, dentro de qualquer tipo de relação. É bom ter encerrada em apenas três palavrinhas mágicas toda a sabedoria que dá condições de se viver BDSM, tanto pelo prazer quanto como estilo de vida... e ser feliz.
A sigla S.S.C. é formada pelas palavras São, Seguro e Consensual. Dentro do BDSM tem o seguinte significado::
São - Referência aqui à sanidade da relação, ou seja, o que acontece na relação não pode afetar outros aspectos da vida da pessoa, como família, trabalho e amigos. As relações BDSM são caracterizadas pela sua profundidade e intensidade, ficando fácil se perder psicologicamente falando. Os sentimentos ocorrem em fluxo, e com entrega e confiança na mistura, fazendo com que fácil e rapidamente atinjam níveis muito altos, coisa muito boa de ser vivida no momento, mas que causa tombos e estragos imensos em caso de colapso da relação.
Seguro - Esta é a área que trata especificamente dos riscos físicos envolvidos no processo. O Universo BDSM é formado em sua essência apenas de hierarquia e verdade, mas para o consumo do fluxo de poder, utilizam múltiplas técnicas, posturas e procedimentos de outros universos no intuito de enfatizar a distância hierárquica. São usadas para isso as mais diversas formas de se provocar prazer, dor e desconforto com o objetivo de aumentar a intensidade das sensações, incluindo vibradores, consolos, chicotes, palmatórias, agulhas, velas, cordas, correntes e até chegando ao extremo do uso elástico de dinheiro e grampos de cabelo. A segurança tem a ver diretamente com a capacitação e o cuidado no uso destes recursos. Pode acreditar que até um tapinha, quando aplicado sem técnica e/ou de forma irresponsável, pode além de doer, causar grandes estragos.
Consensual - É parte do estar de acordo com o que está acontecendo, e pode tudo desde que todas as partes envolvidas no processo estejam de acordo. É nesta região onde são definidos os limites de cada um e onde temos a segurança de que tudo o que vai acontecer dentro de parâmetros previamente definidos.
Mesmo em correntes mais extremas, tais como a do TPE (Total Power Exchange) que segue uma linha onde a entrega é total e absoluta ou do RACK - (Risk-Aware Consensual Kink) onde são assumidos claramente os riscos da interação, isso ainda ocorre de forma consensual entre as partes, fazendo com que qualquer das novas siglas adotadas atualmente sejam inócuas já que são englobadas pelo S.S.C.
O BDSM é um processo onde se busca andar nos limiares entre prazer e tolerância, usando para isso muitas ferramentas e atitudes que envolvem risco. Saber caminhar nessa fronteira é o que diferencia os mais experientes de todo o resto. Fazer as coisas dentro dos limites da sanidade, segurança e do mútuo acordo entre as partes envolvidas é o básico do básico. Falar disso sem a consensualidade é o mesmo que falar de estupro permitido, pois se é permitido, não é estupro... é uso sexual violento, mas consensual.
Enfim, vale lembrar que a responsabilidade maior cabe aos Dominantes, pois estes detêm o poder dado a si pelos que se submetem. É o Dominante que tem o controle da relação e de tudo o que acontece com seu submisso. Sair dos limites do S.S.C. é sair do BDSM e colocar em risco real o parceiro, pelo menos para mim, danificar o brinquedo (tanto de forma física quanto psicológica), não é opção.
GLADIUS MAXIMUS
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Reviewed by Gladius
on
março 22, 2016
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Especificações curtas e claras sobre o que tanto atrai uma mente aberta. Adoro...
ResponderExcluirPerfeito.
ResponderExcluirCurto e objetivo.
Deveria ser leitura obrigatória.
E se na hora da conversa, antes de se conhecerem pessoalmente, ele não se dispor a esclarecer para a sua recém submissa como será as suas frequentes sessões, digamos assim. O quê fazer? Como lidar?
ResponderExcluirMeu pseudônimo é Estrela Perdida ou Estrela Nane.
Sua pergunta foi anotada e em algum momento poderá ser respondida pelo meu canal do www.youtube.com/diariodeumdominador ou em algum texto aqui do blog... obrigado pela colaboração.
ExcluirVi num site sobre o BDSM um desenho com pontos amarelos,verdes, vermelhos e roxos,indicando a intensidade dos golpes em cada parte do corpo e onde jamais se deve aplicá-los.Excelente ilustração! !! Aguardo novas publicações sobre esse vasto mundo de fetiches,regras e deveres dos (as)dominadores (as) em relação às (aos) submissas (os ),após cada sessão. Obrigado pelo texto!
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