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Fabricando o parceiro no BDSM


Quando a relação ainda não acabou e uma das partes é tocada pelo BDSM, uma coisa que invariavelmente acontece é a tentativa de trazer seu cônjuge junto com você. A descoberta do Universo BDSM não se dá apenas quando a relação baunilha em que estamos está naufragando. Nós passamos a ver os Universos superiores quando estamos prontos para isso e o que fazemos daí em diante com o que vemos é o que conta.

Às vezes, descobrimos o BDSM de forma independente, onde tudo simplesmente acontece. Em outras situações, somos apresentados a este universo através parceiros ou amigos já iniciados. De qualquer 


forma, as estradas são diferentes, pois podemos seguir o caminho do Dominador ou do submisso, ou ainda, alterná-los, como no caso dos switchers

Quando a parte que transforma é dominante fica relativamente fácil, pois o que os dominadores devem fazer de melhor é guiar e ensinar. E mais, a pessoa que escolheu um Dominante verdadeiro para se relacionar deve, no mínimo, saber que não vai ter o controle. Questiono, por exemplo, a qualidade de um Dom que não comece dominando sua própria esposa.

É algo automático para o Dominante iniciante o processo de caça dentro do meio baunilha. Como ainda nem sabe da existência de um “meio BDSM” com outros adeptos, a alternativa é o recrutamento e iniciação de mulheres com potencial para parceiras. O ato de Dominar é instintivo para o Dominante natural... simplesmente acontece. Para as baunilhas é o homem de pegada forte e para os baunilhas é a que tem o controle na cama.

Já fabricar um Dominante é bem mais complicado e é um dos erros mais comuns. A diferença fica mais clara quando se pensa na diferença entre o que é preciso para ser um bom professor e um bom aluno. Para ser um bom aluno basta um bom berço, já para ser um bom professor, além do berço e de alguns anos de estudos, são necessários alguns anos atuando como professor.

A submissão já está na genética da pessoa submissa e a princípio a postura do submisso é passiva. Devido ao fato da parte submissa ser o objeto na relação, a rotina gira sempre entre um constante estado de treinamento e doutrina no sentido de se fazer este objeto evoluir e se tornar cada vez mais adequado e útil ao seu proprietário.

Fabricar Dominadores nunca funciona por algumas razões bem simples. Para começar, existe a questão pedagógica e me vem uma pergunta em mente... como um sub vai ensinar alguém a mandar nele? É como se um aluno fosse ensinar e preparar do zero um professor para si mesmo. 

Em seguida, temos a questão de hierarquia, pois que tipo de poder alguém consegue exercer sobre aquele que lhe ensinou a "dominar”? E por último, e nesse caso a mais importante questão, como ensinar este "Dominador" a lidar com o poder? "O poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente" já dizia John E. E. Dalberg Acton, ou simplesmente Lord Acton. 

Mesmo depois desse anos de estrada, acredito que a maioria do poucos Dominadores de verdade ainda esteja no processo de aprendizado de como lidar com poder. Portanto, para Dominantes iniciantes recomendo que não se metam a ser Donos de ninguém de cara. Pois a grande dificuldade é em se aprender a lidar com o poder e isso leva muitos anos. Antes devem entender a diferença entre Dominar e possuir. Como digo sempre, Dominar é sempre a parte mais fácil, pois basta que a outra parte se submeta.

Em todos os casos que observei, a tentativa de se fabricar um parceiro BDSM dominante invariavelmente terminou em frustração. Todas as pessoas que vi tentarem falharam miseravelmente. E é justamente isso que os leva a buscarem parceiros BDSM fora da relação baunilha.

O que se pode fazer é mostrar o novo universo para o cônjuge sem nenhuma expectativa de que ele te domine ou se submeta. Se você escolheu bem, seu parceiro vai topar a brincadeira, no mínimo, pela nova experiência.

No fim, todos têm que tomar muito cuidado na escolha dos parceiros, mas os Submissos têm que escolher bem melhor... pois é a sua pele que sempre estará em risco.

GLADIUS MAXIMUS





Fabricando o parceiro no BDSM Fabricando o parceiro no BDSM Reviewed by Gladius on fevereiro 28, 2011 Rating: 5

5 comentários:

  1. Sempre estreando os comments...
    Tenho uma opinião sobre, mas talvez não consiga expor de forma adequada, mas vamos lá!
    Eu acredito que expectativas, interesses e metas, são muito pessoais. E, embora dentro de uma relação (seja essa qual for), esperar que o outro queira o mesmo que a gente é muito chato, no mínimo. Primeiro que, se a vontade é ser dominada (o), é pq isso não está acontecendo na relação atual, e se não acontece muito provavelmente é pq o outro (a) não tem esse instinto, senão já teria procurado outros meios, por suas próprias pernas...E o que torna mais inviável ainda, é um sentimento muito comum aos baunilhas ( a mim, diga-se de passagem ), o tal do CIÚME!! Então acho que devemos pensar muito antes de tentar levar o outro, perceber os sinais, ou a ausência deles até. Porque uma vez revelado esse desejo podemos estar forçando o outro a uma mudança que nunca nos satisfará e muito menos a ele! Assunto complexo, EU não me atreveria a fabricar um parceiro, prefiro um que ja SEJA UM DOMINADOR natural!

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  2. Anônimo11.3.11

    "como um sub vai ensinar alguém a mandar nele?"

    Realmente isso é complicado. Ouso dizer que não dá certo.
    Falo por experiência própria.
    Não que eu tenha tentado fabricar uma parceira.
    Eu tentei ajudar uma pesoas que demostrou interesse em dominar.
    Foi desastre.
    Saudações SM

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  3. Anônimo27.10.11

    Eu acredito que seja possível sim estimular o interesse de dominante no(a) parceiro(a)

    Sou swicther e consegui estimular minha parceira, a ser dominante primeiro, depois a dominei.
    Acho que o fato de ser switcher ajudou, mas ainda acho que é possivel despertar o interesse Dom num parceiro(a), porém é nessesário muita paciencia por parte do sub.
    O Sub tem que cativar progressivamente a vontade do parceiro(a) ter controle sobre os mais diversos níveis da relação, até que o parceiro(a) sinta-se Dom, e haja completamente como tal.

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  4. Bom... uma frase me chamou a atenção..

    “O Sub tem que cativar progressivamente a vontade do parceiro(a) ter controle sobre os mais diversos níveis da relação, até que o parceiro(a) sinta-se Dom, e haja completamente como tal. “

    Nesse caso quem domina?

    A dimensão BDSM ocorre quando existe hierarquia real. NO texto o que eu falo é da impossibilidade de se “fabricar” um parceiro... forçando a natureza do seu parceiro.

    Não tenho nada absolutamente contra você mostrar todo um universo novo de possibilidades, acho até isso muito saudável, só que... em cada caso o efeito vai ser diferente.
    Se você é Dominante é mais fácil, pois treinar submissos é algo que é (ou pelo menos deveria ser) o lugar de onde o Dominante tira a maior aprte do seu prazer. E tanto faz se é um submisso experiente ou completamente novato.

    A questão está quando você tenta fabricar o seu Dominador e é sempre aí o meu foco. Treinar alguém para que esta pessoa te treine em seguida além de não ter lógica quebra o principal fundamento do BDSM em minha opinião, que é a hierarquia. E a lógica é simples, qual a diferença entre construir um bom aluno e um bom professor? Muita diferença.

    Só que no BDSM a coisa ainda complica, pois ao “criar” o Dominante, o cônjuge está prematuramente dando poder a uma pessoa que está a anos de estar pronta para exercer. E aí... termina invariavelmente num final triste quando não é trágico.

    O que recomendo é algo muito simples... manter no caso específico de parceiro dominante a relação num nível apenas de interação básica e física, sem dar qualquer tipo de poder real que possa ser mal utilizado.

    Esse parceiro dominante vai evoluir com e tempo... e conforme ele for se mostrando confiável... pode se ir liberando o poder que esse dominante conseguir lidar.

    GLADIUS MAXIMUS

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  5. Anônimo30.3.12

    Acredito na essencia de dominador(a) sim, faz parte de você. O estimulo para desenvolver um pode ocorrer, mas o resultado não será o mesmo!

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