' Relações BDSM – Ciclos - DIÁRIO DE UM DOMINADOR - GLADIUS | BDSM, Fetiches e Relacionamentos

Relações BDSM – Ciclos

Ficou bem claro a falta que essa 'parte' faz em sua vida, eu acho que entendo o que sente...eu sinto isso tbem nesse momento. Qual a sua opinião sobre relações (seja de qual tipo for) 'bumerangues'? Acredita que existe um limite de tentativas ou não?

Não acredito em relações instantâneas do tipo “amor à primeira vista”.  De cara podemos ter um alinhamento extraordinário dos fatores que julgo básicos para uma interação física, que seriam as compatibilidades intelecto-culturais, de atração física e de efeito Dominação/submissão para o caso das relações apimentadas e BDSM.


Neste caso de alinhamento tríplice, a conquista da amizade e respeito passa a ser secundária, pois o fogo e a fúria terminam ultrapassando um pouco as questões de lógica e bom senso. Quem nunca se deixou levar por um rompante de paixão avassaladora que atire a primeira pedra. Ei... você aí já olhando em volta a procura de pedras... se nunca aconteceu com você, repasse a sua vida e veja se não está errando em algum lugar.

Paixões avassaladoras são perfeitamente normais e a minha experiência me mostrou que essas são as que, se levadas adiante, terminam sendo as melhores histórias de amor que contamos e no caso do Universo BDSM, são as que se transformam em relações Possuidor/posse, as verdadeiras relações de Elo BDSM, onde as partes se transformam realmente parte uma da outra.

As relações Possuidor/posse ou de Elo BDSM são construídas. Elas evoluem ao longo do tempo a partir das relações Dominador/dominado. Uma pessoa não invade a outra, ela se agrega. Ela passa a fazer parte de forma aditiva e quanto maior a intensidade e envolvimento, maior e mais vital essa parte se tornará.

Seres humanos são assim, dinâmicos, caóticos, mutantes... em constante evolução. Portanto, em alguns momentos, uma parte pode não suportar a carga do todo... e se afasta.  O sentimento maior é o de vazio. E o pior é que, como esta parte se agregou, o espaço que ocupava é muito particular e único. Sem nenhuma condição de ser ocupado por outra parte.

Se a relação é nova e as partes ocupam pouco espaço na vida uma da outra, as chances desse espaço se fechar é grande... às vezes, sem deixar cicatrizes.

Em uma relação de Elo profundo, onde um se tornou parte vital do outro, as chances de uma “cura” completa são remotas. Será sempre uma ferida aberta, mas não uma ferida comum... e sim a de um membro amputado. E os seres humanos, sempre tão humanos, podem mudar de idéia e em algum momento, reverem as suas posições.

As tais relações “bumerangue” se justificam neste caso, pois não importa as quantidade de idas e vindas... quem sai, provoca um vazio em si mesmo e no parceiro... quando volta, volta para o seu lugar... e as partes se completam... sem limite de tentativas.

Relações BDSM – Ciclos Relações BDSM – Ciclos Reviewed by Gladius on dezembro 22, 2010 Rating: 5

3 comentários:

  1. Anônimo22.12.10

    Meu nobre amigo, gostei muto do que vc escreveu, é como vc tivesse traduzido o que eu sinto ou passei.
    Muito bom ter alguem assim tão sensato, inteligente e com uma visão ampla e verdadeira do BDSM.
    Cada dia aprendo um pouco mais com vc, é uma lição que estou agregando a minha vida.
    Parabéns pelo seu blog e pelas matérias existentes.
    É uma grande ferramenta no caminho que estou trilhando.

    SRA.JADE

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  2. Acredite se quiser mas chorei lendo esse post. Fiquei realmente emocionada, isso das partes se completarem sem limites de tentativas, foi tão profundo e soou tão verdadeiro. Você realmente sentiu isso intensamente e transpareceu no seu texto. Três anos e meio depois desse post, você ainda pensa assim?
    E se não for pessoal demais, poderia me dizer se essa parte sua que faltava retomou o seu lugar?

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  3. Já tive em minha vida varias partes que se foram, algumas voltaram... outras não.

    Das que se foram, algumas a ferida fechou e restam belas cicatrizes, mas algumas, o espaço que ocupavam continua bem aberto...

    são partes que ocupavam espaços grandes demais...

    feridas grandes demais para cicatrizarem.

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